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A Noite Mais Escura do Ano - Dean Koontz

  • Foto do escritor: Michele
    Michele
  • 29 de jan. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de jun.

Dean Koontz é um prolífico e premiado autor norte-americano, que já publicou mais de 100 romances. A Noite Mais Escura do Ano (The Darkest Evening of the Year) é um suspense psicológico com um toque sobrenatural, publicado em 2007. No Brasil, o livro foi lançado pela Editora Record em 2010, com tradução de Marilene Tombini.


Aos dois anos de idade, Amy Redwing foi abandonada em um orfanato, onde viveu até os 18 anos. Amy nutre um amor incondicional por cães Golden Retriever e trabalha no resgate de cães abandonados ou maltratados dessa raça. Em uma noite, após uma denúncia, ela e seu namorado Brian vão até uma residência para resgatar uma cadela cuja vida está ameaçada pelo patriarca, um bêbado abusivo que age violentamente com toda a família.


Um registro de Kennel Club garante que um cachorro é de raça pura, não que foi gerado com humanidade. Todos os anos, centenas de milhares de produtos de canis, gerados e paridos por cães que vivem em condições desesperadoras, são vendidos com os “papéis adequados”.

Nessa noite, Amy resgata não só a cadela Nickie, mas também a mulher e mais duas crianças, colocando-os em segurança. Acontece que Nickie apresenta um comportamento bem diferente de outros cães da mesma raça, surpreendendo Amy e todos que têm contato com ela.


Trata-se de uma narrativa sobre a maldade humana e sobre a dor da perda. Os capítulos são bem curtos e não revelam muito, e a história inteira se passa em três dias (além dos flashbacks mostrados), fazendo com que o fluxo narrativo seja bem rápido. O livro é dividido em três partes, e só na terceira o leitor tem um panorama mais geral sobre todos os personagens, quando o quebra-cabeça é enfim montado.


Esse livro me surpreendeu de forma positiva, já que não esperava absolutamente nada (afinal, esse é mais um daqueles livros que comprei por comprar e larguei no armário). Grande parte da narrativa se desenrolou bem, exceto pelo final, que poderia ter sido um pouco melhor trabalhado. Os elementos sobrenaturais também não me agradaram tanto.


Creio que essa seja a segunda obra de Dean Koontz que leio (a primeira foi Frankenstein: O Filho Pródigo). Eu estava com certo receio de começar, pois já tinha visto na sinopse que o livro abordaria maus-tratos contra animais, e particularmente me sinto bem desconfortável com isso. No entanto, o autor trabalhou o tema focando mais na própria maldade das pessoas do que no sofrimento animal em si, chamando atenção para o problema sem descrever graficamente a violência contra os cães. Por outro lado, o lado mais sombrio do ser humano se reflete da pior forma contra outros de sua própria espécie e sangue.


– A vida dos cachorros é curta, curta demais, mas a gente sabe disso. Sabe que a dor virá, que a gente vai perder o cachorro e que haverá uma grande angústia, o que faz a gente viver totalmente o momento com eles, nunca deixar de compartilhar sua alegria ou se deleitar com sua inocência, pois não é possível manter a ilusão de que um cachorro será uma companhia para toda a vida. Há tanta beleza na dura honestidade disso, no aceitar e dar amor ao mesmo tempo que se sempre ciente de que aquilo tem um preço insuportável. Talvez o amor por cachorros seja um modo de nos penitenciarmos por todos os outros erros que cometemos por causa dessas ilusões.

Nota: 👻👻👻




Livros e Assombros 

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