Cujo - Stephen King
- Michele
- 9 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de jun.
Não tinha um cachorro na proa do barqueiro do rio Caronte? O cachorro do barqueiro. Pode me chamar de Cujo. Todos a bordo para o vale da Morte.
As adaptações cinematográficas dos livros do Stephen King geralmente têm má fama, e minha experiência com Cujo não foi diferente. Eu assisti ao filme faz um bom tempo, e mesmo tendo comprado o livro há meses, só tive vontade de lê-lo agora (e ainda com certo receio, devido à experiência ruim com o filme).

“Afinal, como um livro sobre um cão raivoso poderia ser interessante?”, pensava eu. Mas não poderia estar mais enganada. Sou sistemática lendo livros, não consigo parar no meio de um capítulo, mas Cujo não tem nenhuma divisão, e acabei lendo a obra quase em uma tacada só.
A narrativa se passa na cidade fictícia de Castle Rock, no interior do Maine (estado de nascença do autor e sempre presente em suas obras). Seus personagens são uma esposa infiel, um marido que se ausenta da cidade a trabalho, uma família interiorana quase tipicamente “yankee”, um assassino morto há anos e a estrela principal: um dócil São Bernardo de 90 quilos com o peculiar nome de Cujo, que, ao perseguir um coelho, acaba por contrair hidrofobia e se torna uma máquina assassina.
A escrita de Stephen King não decepciona. Os personagens e seus dramas são bem descritos e entrelaçados com maestria. A história não é vista de apenas uma perspectiva, passando por vários pontos de vista descritos em terceira pessoa, incluindo o próprio cão.
E depois da grata surpresa com a leitura de Cujo, resolvi assistir ao filme novamente, dessa vez de forma mais crítica. A experiência foi diferente: achei o filme razoável, porém apenas uma síntese superficial de tudo o que se passa no livro. Lewis Teague faz um ótimo trabalho na direção.

Esse foi o sétimo romance publicado pelo autor e teve sua primeira publicação em 1981. A edição da Suma de Letras, com tradução de Michel Teixeira, além de ter uma bela capa em alto-relevo, traz uma longa entrevista com o autor feita em 2006 para a The Paris Review.
Nota: 👻👻👻👻
