Rios Vermelhos - Jean-Christophe Grangé
- Michele
- 4 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de jun.
SOMOS OS SENHORES, SOMOS OS ESCRAVOS.
ESTAMOS EM TODA PARTE, NÃO ESTAMOS EM PARTE ALGUMA.
ANDAMOS EM TODAS AS DIREÇÕES.
NÓS CONTROLAMOS OS RIOS VERMELHOS.
Rios Vermelhos (Les Rivières pourpres) é um livro de suspense policial do autor francês Jean-Christophe Grangé, publicado pela primeira vez em 1998. A história traz Pierre Niémans, um policial parisiense que é enviado à cidade fictícia de Guernon, nos Alpes, para investigar um assassinato brutal. O corpo foi encontrado no vão de uma geleira, em uma cena macabra: em posição fetal, com os olhos arrancados e sinais de tortura.

Paralelamente, em Sarzac, a centenas de quilômetros de distância, o tenente Karim Abdouf investiga a profanação do túmulo de uma criança, fato relacionado ao arrombamento de uma escola infantil em que apenas documentos e fotografias foram roubados. Os destinos de Niémans e Abdouf em breve se unirão, levando-os a descobertas sinistras sobre a elite universitária de Guernon.
A narrativa tem um ritmo frenético. Seus capítulos são curtíssimos e há poucas pausas para digressões, quase sempre indo direto ao ponto. É dividido em partes que vão intercalando os acontecimentos com Niémans e com Abdouf, até que os dois juntam suas linhas de investigação.
"Pierre Niémans tinha vivido sempre num mundo de violência, num universo de depravação, com fronteiras cruéis e selvagens, e não temia a iminência do perigo. Ao contrário, sempre o havia procurado, seduzido, para melhor afrontá-lo, melhor controlá-lo. Mas agora não era mais capaz de garantir esse controle. Essa violência tinha acabado por invadi-lo, dominá-lo profundamente. Ele nada mais era do que fraqueza, declínio. E não havia vencido seus medos. Os cães continuavam a uivar, em algum lugar, num canto de sua cabeça."
É difícil comentar sobre o livro sem falar da adaptação homônima que a obra ganhou em 2000, uma vez que o filme é mais popular que o livro que o originou. Nas telas, Jean Reno dá vida ao comissário Niémans, enquanto o tenente Abdouf tem seu nome e etnia modificados: agora, o policial que trabalha com Niémans é Max Kerkerian, interpretado por Vincent Cassel.
A história também muda bastante. A adaptação foi escrita de forma a unir os traços investigativos com muitas cenas de ação, o que empobreceu a narrativa, que termina um pouco confusa. Enquanto isso, no livro, a trama é bem mais complexa e (quase) todos os pontos são bem explicados. De qualquer forma, são duas obras que valem muito a pena ser conferidas.
A adaptação (disponível no Prime Video) foi dirigida e roteirizada por Mathieu Kassovitz e ganhou uma continuação em 2004, sob o título Rios Vermelhos 2 – Anjos do Apocalipse, sem qualquer relação com a adaptação anterior, exceto pelo personagem Pierre Niémans (novamente estrelado por Jean Reno). A direção dessa sequência ficou por conta de Olivier Dahan, com roteiro de Luc Besson, além do lendário Christopher Lee no elenco.

O livro Rios Vermelhos também inspirou uma série de mesmo nome (Les Rivières pourpres, no original), que estreou em 2018 e tem o próprio autor como roteirista. A história se passa após os acontecimentos em Guernon, e Niémans (agora interpretado por Olivier Marchal) junta-se a Camille Delaunay (Erika Sainte) para investigarem uma série de assassinatos. A série teve três temporadas até então e, por enquanto, não está disponível no Brasil.
